Moçambique - Atualização das Deslocações devido à Seca do El-Nino - Gorongosa, Sofala (6 de Fevereiro de 2025)

Estima-se que 1,8 milhão de pessoas em Moçambique enfrentam insegurança alimentar aguda (IPC Fase 3+), incluindo 510.000 em condições de emergência (IPC Fase 4), devido à seca prolongada agravada pelo fenômeno El Niño. Um terço da população afectada enfrenta níveis de crise ou emergência de insegurança alimentar. Descobertas preliminares indicam que o distrito de Gorongosa abriga aproximadamente 600 famílias deslocadas devido à seca. Essas famílias se mudaram de vários distritos, incluindo Marínguè, Caia,Cheringoma, Chemba, Macossa, Gondola e Vunduzi (Gorongosa). A destruição das colheitas pela seca tem difcultado ainda mais os planos de retorno das populações deslocadas às suas áreas de origem, aumentando sua vulnerabilidade.

Para avaliar as necessidades e condições das comunidades deslocadas pela seca, a Matriz de Monitoria de Deslocamentos (DTM), em parceria com o Instituto Nacional de Redução e Gestão de Riscos de Desastres de Moçambique (INGD), realizou uma visita de monitoria ao Posto Administrativo de Cudzo, que abriga 1.169 deslocados internos (PDI's), e a Pungue, onde residem 356 PDI's. A avaliação identificou necessidades humanitárias críticas entre 286 famílias deslocadas, totalizando 1.525 indivíduos. Essas famílias enfrentam grandes desafios na agricultura e na segurança alimentar devido à falta de sementes e insumos. Os serviços de saúde estão gravemente sobrecarregados, com escassez de medicamentos e aumento das taxas de desnutrição. Além disso, o acesso limitado à educação e a infraestrutura inadequada, incluindo água e eletricidade, agravam ainda mais suas vulnerabilidades. Embora muitas famílias deslocadas desejem permanecer em Gorongosa para maior estabilidade, sua integração sustentável depende da melhoria no acesso a serviços essenciais, apoio aos meios de subsistência e soluções de longo prazo para fortalecer a autossufciência e a resiliência.